Um levantamento feito pelo Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) apontou a existência de 59,76 milhões de pessoas físicas negativadas no país, até o fim de junho de 2017.
Esse amplo contingente de devedores — 39,61% da população entre 18 e 95 anos — abrange diferentes perfis de consumidores, muitos diretamente afetados pelo cenário de recessão no Brasil.
Outra pesquisa, feita pela Boa Vista SCPC, indica que 47% das pessoas com dívidas vencidas — inscritas no cadastro negativo da entidade — estão muito endividadas. Um outro dado do mesmo estudo mostra que 62% dos inscritos na lista de devedores do Serviço têm mais de 50% dos ganhos mensais comprometidos com débitos.
As razões dos endividamentos
O desemprego aparece em primeiro lugar entre os motivos de quem não consegue fazer frente aos compromissos financeiros.
Logo a seguir, vem a diminuição de renda, junto ao descontrole financeiro, ambos acompanhados de perto pelo empréstimo do nome a terceiros, despesas extras com saúde e educação, além de atraso no recebimento de salário.
As principais dívidas
Os encargos que mais causam dificuldades de pagamento, de acordo com o levantamento do SCPC, são impostos (IPTU e IPVA) e os custos com educação e saúde. Empréstimos pessoais e financiamentos de bens duráveis, como carros e imóveis, também acabam pesando demais no bolso do consumidor.
Adquirir materiais de construção e pagar as parcelas do financiamento da casa própria são mais razões para endividamento. A compra de eletrodomésticos e eletroeletrônicos, móveis, roupas e calçados também entra para a listagem do que engrossa os débitos em atraso dos brasileiros.
Alimentação e pagamentos de água e luz são outros gastos citados como responsáveis pela entrada na lista negra do SPC.
Os maiores documentos que geraram débitos
A maioria dos entrevistados na pesquisa mencionou os boletos, ao assinalar quais documentos geraram as suas dívidas.
A fatura do cartão de crédito aparece em segundo lugar, e os carnês ocupam a terceira posição entre os títulos que, não pagos, ocasionaram a inclusão nos cadastros de devedores.
Cheques e cartões de lojas também foram utilizados no momento de contrair dívidas.